domingo, 22 de janeiro de 2012

Quando o medo toma conta


4:36 da manhã. Telefone tocando incessavelmente. Convivo com a vontade de atendê-lo e o orgulho de não fazer isso. Uma mistura de sentimentos intensa, que chega a me dar raiva por me deixar assim, tão descontrolada. A decisão se consome.
- Alô?
- Nossa, que bom que você atendeu! Sou eu!
- Eu? Eu… Não conheço nenhum “eu”.
- Mirella olha a ironia! Pedro, Pedro! Que saudades! Você sumiu…
- Não, eu não sumi. Você quem não me procurou mais… Está com algum problema não é?
- Estou sim. Como sabe?
- Ah sei porque você só me procura por problemas, tédio ou falta do que fazer ou com quem falar.
- Mirella, pare com isso… Sabe que eu preciso de você…
- Precisa? Precisa não. Você precisa dos meus conselhos, do meu ombro amigo, da minha incrível compreensão contigo. E quer saber? Já que tudo aquilo que eu te falei não teve nenhuma importância pra ti, e nem você quer falar do assunto…
- Mas eu já disse que não sei o que te dizer e…
- Não sabe, não diga. Poupe teus créditos e não me ligue mais. Poupe seu tempo e não me procure mais. Adeus!
- Não, não desl… -desligou. 
Eu precisava encerrar aquela ligação. Não só aquela, mas a nossa ligação. Aquilo já me torturara demais. imagine só, ficar escondendo um sentimento por alguém tão especial… Ficar tendo que se fingir de boazinha, de compreensiva. Isso é horrível. Posso ter siso um pouco egoísta… Mas não dá mais! Não dá pra ficar fingindo quem não sou! Não dá pra ficar fingindo que não sinto mais nada. Acho que até o amor tem seus limites.
Mal sabia ela, que o desespero também consumia Pedro. Mal sabia ela que ele também não aguentava mais fingir. E mal sabiam eles o quanto o medo é capaz de estragar a felicidade das pessoas.

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