sábado, 16 de fevereiro de 2013

Um furacão chamado você

Vem e me ama. Vai e me esfria. Me aquece, depois me congela. Me faz de ponta cabeça, me coloca no lugar. Me bagunça, me arruma. Me estraga, me conserta. Me tem e me desdenha. Diz que vem, e fica. Fica, mas não em mim. Retalhos de nós espalhados pelo chão. Bate o vento, entra um pouquinho de ti, e leva um pouquinho de mim. Acha que me tem. E tem. Tira meu chão. Tira minhas lágrimas, as coloca dentro de mim. Me arranca sorrisos e leva um pouquinho deles consigo. Não sou mais fixa. Vem, me descabela, me faz rir, chorar, querer morrer, querer viver. Me faz querer estar perto, me diz me querer perto. Vivo em função de um furacão. Um furacão chamado você.

Ainda pode ficar pior?

O pior é saber cada coisinha de você. Saber que você ama cachorros, é extremamente idiota quando quer, ama me irritar, não troca uma pizza por nada, e ainda gosta de desenhar. O pior é saber que você não sabe nada sobre mim. Ou talvez saiba, mas está aí dentro, esquecido. O pior é me sentir culpada por pensar tanto em tanta coisa que planejamos. Fazer planos é uma droga. Dá uma vontade de viver tudo aquilo, mas não tem como fazer isso sozinha.<b> O pior é que a tua ausência machuca</b>. Teu silêncio machuca. Tua frieza machuca.<i> Tua falta de interesse em qualquer coisa que eu fale, machuca mais ainda</i>. E as tuas respostas curtas&#8230; Tuas respostas curtas são uma droga. O pior é imaginar que agora você deve estar comendo uma porcaria, e sem essa de mudar teus hábitos alimentares: queria estar do teu lado e devorar um monte de coisa gordurosa. O pior é sentir tua falta e ter que conviver com o fato de que tu não sente a minha. O pior é ficar com essa mania de falar &#8216;tu&#8217;, sendo que foi você que colocou isso dentro de mim. O pior é que eu ainda sonho contigo. O pior é que eu ainda me importo, ainda choro, ainda quero.<b> O pior, é que eu ainda amo você</b>.

Just sex


A rua abarrotada de gente, e eu praticamente não via nada direito. Tudo borrado, tudo embaçado. &#8220;Tudo culpa da vodca&#8221;, pensei. Não tinha a mínima noção do que estava fazendo, pra onde estava indo. Acho que às vezes isso é bom, ficar sem rumo, indo pra qualquer lugar. Até que um babaca decidiu que eu não estava bem e veio até mim.<br />
- Tá tudo bem, garota?<br />
- Não, tudo péssimo.<br />
- Posso te ajudar?<br />
- Pode, me leva pra tua casa. - <i>mais oferecida, impossível.</i><br />
- Pra minha casa? Mas você nem me conhece, guria.<br />
- E daí?<br />
- Você está bêbada, vai se arrepender depois - disse, cheirando meus lábios.<br />
- Ok senhor &#8216;certinho&#8217;, é só falar que eu não sou gostosa e pronto.<br />
- E quem disse que não é? Incrivelmente gostosa&#8230; - falou, chegando no meu pescoço.<br />
- Então me leva.<br />
- Ok, mas não me venha dizer que eu não avisei.. Como é teu nome?<br />
- Não interessa.<br />
Chegamos enfim no apartamento dele. Lugar bacana, de gente certinha. Ele queria oferecer alguma coisa pra beber, mas eu queria ir direto ao ponto.<i> Comecei a beijá-lo no pescoço, tirar a sua camisa</i>, quando ele interrompeu.<br />
- Tem certeza que quer isso? Me fala pelo menos seu nome, o meu é Mateus.<br />
- <b>Droga, é só sexo</b>. Nem queria saber teu nome. Enfim, o meu é Amanda.<br />
- Ok Amanda, tá tudo bem pra você fazer isso?<br />
- Tá tudo ótimo, <i>tu cheira bem, beija bem e tá de pau duro já</i>. Dá pra fazer isso logo?<br />
Disse isso tirando sua camisa de vez. Desci fazendo um caminho de beijos pela sua barriga e arranquei sua calça quando ele interrompeu novamente.<br />
- Epa, tá muito dominadora, quem manda aqui sou eu agora.<br />
Disse isso já atacando meu peito por cima da blusa, tirando ela, mordendo o sutiã, enfiando a mão pra ver se eu tava quente. E como eu estava quente. Mas o que eu tava fazendo? Loucura, só pode. <b>Ele me jogou na cama, arrancou a minha calcinha com os dentes, encaixou suas pernas em mim e começou a me acariciar</b>. Caralho, que cara mais gostoso, que sexo mais gostoso. Transamos durante a noite inteira, até ficarmos bem suados e cansados. <br />
- Você é gostosa.<br />
- Você é bom no que faz. Mas eu preciso ir. Bom te conhecer, Mateus. <br />
- Não, onde tu vai? É só isso?<br />
- Sim, só sexo lembra? Nada de sentimentos e blablablá. Cansei disso.<br />
- Machucada então?<br />
- Não interessa, já tá entrando demais na minha vida. Não precisa me levar a porta, sei o caminho.<br />
- Espera aí, guria.<br />
Foi quando ele me pegou pela cintura e me beijou absurdamente gostoso. Enlacei as pernas nele e ficamos ali até eu interromper antes de mais uma transa.<br />
- Tchau, Mateus.<br />
Saí pela porta meio afobada, meio de ressaca, querendo ir pra casa. Aí me dei conta de que tinha esquecido meu celular. Voltei pra pegá-lo e perguntei:<br />
- Você não pegou meu número né?<br />
- Quem sabe. Se eu te ligar você descobre.<br /><i>E bateu a porta na minha cara. Cara safado. E gostoso. E bom de cama. E fofo. E mais nada</i>. <b>Só sexo. Ou não</b>.
Eu poderia te chamar de todos os piores nomes possíveis que existem. Eu poderia falar que você é um filho da puta, um canalha, um sem coração, um idiota, um burro que não sabe aproveitar nada que a vida te oferece. Eu poderia te ligar e te dizer um monte de merda e depois jogar tudo na tua cara que você fez de ruim. Eu poderia tentar acabar com a tua vida, com tudo que está em volta de você e ainda seria pouco por tudo que você faz as pessoas passarem. Eu poderia fazer tudo isso e muito mais, mas chega uma hora que a gente se dá conta de quem realmente saiu perdendo não fui eu. Se dá conta de quem levou o prejuízo não fui eu. Se dá conta de que ser igual a você, de que ser do teu nível de insensatez, isso sim é motivo de piedade. E, pensando assim, não há motivos pra se esforçar por coisas que não vão mudar.
Mas é que você sempre aprende aquela coisa de viver o agora, não se importar com o que ainda vai acontecer, não sofrer por antecedência, que é melhor viver um amor e perdê-lo do que nunca ter vivido um e todos aqueles clichês hipócritas que ninguém segue. A verdade é que nem sempre seguir isso dá muito certo. Aos poucos você aprende que não vale a pena ter um amor pra perder, acreditar pra quebrar a cara, arriscar sem ter medo do futuro, não pensar no amanhã. Aos poucos você aprende que pensar mais um pouquinho pra fazer algo é mais vantagem, que o cara que te faz sorrir é melhor que o cara que você quer fazer sorrir, que a vida não é tão imprevisível assim. Somos todos previsíveis. Programados pra quebrar a cara aconteça o que acontecer. mas o fato de estar programado pra isso não te impede de aproveitar o erro pra contar uma boa história.