quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mais um dia pra te esquecer

“Acordo às 5:40 da manhã pensando ‘hoje vai ser mais um dia daqueles que nossos pensamentos são desiguais um no outro’. A rotina de sempre, café com leite, meu protetor solar, minha mochila e meus fones de ouvido. Vou passando as músicas e penso ‘droga, nenhuma música presta aqui?’ Pura mentira. Todas prestam, o problema é que elas me lembram você. Tudo, aliás. As manhãs andam escuras por aqui sabe? Sem nada de poesia, andam escuras mesmo, só começam a clarear quando eu já estou chegando na escola. 5 horas de pura tortura não fossem as minhas aulas de literatura. Penso em te mandar um sms. Pra que? Pra você me tratar como se eu tivesse te cansando, feito aquele vídeo-game que já saiu de linha? Não, melhor não. Penso em escrever pra não dormir. Porra de física, porra de química, porra de matemática, porra de tudo. Minha maior arma é meu senso de humor. Eita mania de fazer todo mundo rir e dar aquelas gargalhadas que só tu conhece. ‘Vou escrever’. Droga, só a mesma idiotice de sempre. Passo a me torturar. Pego o celular e lá vai eu ler nossos 8873 sms. ‘Droga, ele mudou’. E como mudou. Lágrimas que não deveriam estar por aqui invadem meus olhos. ‘Vai, ri menina, ri, antes que tu chore’. Terapia do riso. Por um momento te esqueço. Não fossem os outros 845662 pensando em você, já teria te esquecido. ‘Eu fiz algo de errado?’ Não, eu não fiz nada de errado. Pra falar a verdade, eu nem sequer te entendo. Tento passar a borracha. Caio Fernando me lembra ‘te quero, te espero, te beijo’. Penso em ti mais uma vez. ‘Queria beijá-lo’. Carência, pura carência. Você é um idiota. Não te pertenço, Tudo mentira, pura mentira, como tudo que você me disse. Vou pra casa. ‘Ele esqueceu que tu existe, esquece ele, menina.’ Nada no meu celular. Nada em nada. E de repente tudo volta como uma avalanche de lembranças que não parece estar indo embora. Mas talvez eu só queria que nada tivesse mudado. Tropeço e lembro de você me chamando de lesada. Lembro de tudo ainda. Mania de criar expectativas. Mania de acreditar em mentiras. Mania de ser quem eu sou. ‘Vai guria, aprende a esquecer’. Droga, lembro de você me chamando de guria. Sinto falta. E quanta falta. Falta que fica. Não importa. Você não sente o mesmo. Tentativas de te deletar. Foi a única coisa que ficou. E é claro, mais um pouco do tudo que eu sinto.”

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