sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012


5:30 da tarde. São Paulo, Brasil.
Tarde curiosa pra se morrer. Pra falar a verdade, nunca planejei a hora da morte. Nunca pensei que faria isso. Nunca imaginei que teria coragem pra seguir com essa ideia louca. Mas sempre tive um prazer em cometer loucuras. E aqui estou eu, desistindo de tudo, esperando o meu último pôr-do-sol. Aqui estou eu quebrando a minha promessa de continuar tentando. Aqui estou eu mais uma vez decepcionando as pessoas. Mas por favor, eu só quero que acreditem: esta é só uma maneira pra eu tentar acabar com tanta dor, e deixar de ocupar espaço na vida das pessoas que eu amo. Um espaço totalmente desnecessário pra alguém como eu. É uma decisão minha. E eu já venho demonstrando sinais de que não aguento mais há muito tempo. Mas ninguém percebeu. Tudo bem. Daqui a pouco tudo irá acabar. Alguns podem sofrer por um tempo, mas tudo passa. Eu já não pertenço mais a esse mundo. Vou pra algum lugar que desconheço qual seja. Tenho medo. Medo de não dar certo. Medo do que me espera. Mas eu vou enfrentar isso. E, se alguém encontrar essa carta no meio dos destroços do carro, querem que a leiam e depois queimem-na. Sem lembranças. Sem passado. Sigam tuas vidas. Adeus.
7:49 da noite. Santos, Brasil.
Um carro foi encontrado totalmente destruído na estrada que sai de SP. Uma garota se encontrava lá dentro. Ninguém sabe o que houve ao certo. Parece que ela provocou o acidente. Uma carta foi encontrada com a mensagem “não tente fazer isso em casa”. A garota não sobreviveu.

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